O que é uma psicoterapia de inspiração psicanalítica?
Todos os tratamentos, em geral, partem de correntes teóricas específicas que as fundamentam e determinam. Estas teorias caracterizam desde a sua designação e indicação até à sua metodologia técnica de intervenção.
A psicoterapia de inspiração psicanalítica, também designada psicoterapia psicodinâmica, enquanto forma de tratamento psicológico, decorre da Psicanálise.

Qual é a técnica usada numa psicoterapia psicodinâmica?
A
técnica usada neste modo de psicoterapia difere da usada numa
psicanálise clássica, pois a relação terapêutica entre paciente e
clínico psicodinâmico acontece em sessões de encontro face a face, onde
paciente e clínico, sentados sem rigidez, estabelecem uma comunicação
específica conforme a situação.
As sessões da psicoterapia têm
uma duração de 45 minutos, e a sua frequência é, em média, de uma vez
por semana, podendo ser mais frequente dependendo dos casos. A duração
do processo terapêutico é tendencialmente longo mas, dependendo de múltiplos factores, poderá ser mais ou menos breve, e durar desde meses a
alguns anos.
Ao paciente é pedido que vá usando uma técnica
particular, a associação livre, ou de uma forma simples, que pense em
voz alta todas as associações do seu pensamento. Enquanto isto, o
clínico, de forma flexível, vai aprofundando-as consoante a dinâmica das
sessões e a finalidade destas.
As psicoterapias procuram sempre
ser suficientemente terapêuticas para o paciente, e podem permitir
várias mudanças ao nível dos sintomas e ao nível pessoal. Não existem
prognósticos antecipados, uma vez que não existem duas relações
terapêuticas iguais, e todas são um processo único e individualizado com
o paciente e ao seu ritmo.

Quais são as indicações e contra-indicações desta psicoterapia?
Tal
como em outros tratamentos existem limitações ou contra-indicações numa
psicoterapia. No entanto, cabe ao clínico a análise dessas condições
particulares, bem como, ponderar das variações técnicas a utilizar na
psicoterapia do caso.
Esta análise decorre nas primeiras
consultas, que permitem averiguar da indicação ou contra-indicação do
paciente para a avançar num processo de psicoterapia mais ou menos longo
e frequente. Dada a natureza dinâmica desta terapia ela tem aplicações
de "largo espectro" e, não são frequentes, os pacientes que se encontram
em condições contra-indicadas para a terapia.
Contudo, podem
existir algumas condições que contra-indiquem este tratamento,
nomeadamente, quadros de desorganizações psicológicas muito graves (como
por exemplo: esquizofrenias descompensadas), onde os pacientes não
tendo condições mínimas de estabelecimento de uma boa relação
psicoterapêutica, têm primeiro de criar essas condições.